segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Uh. La la.


Ah, as ironias… Geralmente tenho vontade de socar a cara das pessoas que dizem que só o tempo cura as dores e coisa e tal, mas não é que é verdade?! E é de um jeito tão escancarado que até parece deboche.

Você morre de se doer daquela dor abissal pesada densa rasgada e profunda e só vive isso e alimenta isso e ouve músicas absurdamente tristes e vê os filmes mais dilacerantes e lê e absorve cada palavra e verso de toda infelicidade alheia e compactua com tudo porque você tá ali no fundo do poço que você só cava e cava e cava mais e mais e pra você é só isso que faz sentido e você tem que viver esse luto que parece eterno e que você também tem medo de deixar e essa dor te mata por um ano ou mais ou menos e de repente vai saindo de m-a-n-s-i-n-h-o às vezes você nem percebe bem que ela tá indo embora e que você tá se desapegando de todo o seu drama dose a dose d-e-m-o-r-a-d-a-m-e-n-t-e ou nem tanto e então ela se vai.

De vez. Nao te habita mais. E você, no momento em que realiza isso, até se assusta, porque vem uma estranha sensação de nunca ter sido dor. E talvez não tenha sido. Ou tenha. Vivida e expelida. E aquela coisa embaçada que não te deixava enxergar nada por trás desse black todo que você construiu pra se apegar enquanto ainda não tinha coragem de encarar o mundo, de repente some também. E lá vem todas as cores e luzes e sensações do mundo. De uma vez. E você fica louca e abobada com tudo que há de bom em volta. E é delirante pirante excitante arrepiante.

Transcende…

Turn around, please!

Come down, systems, collide
Say are you alone?
Hide here, tonight
Starry skies shine the light
Go back, run fast
You’ve come too late, there’s nothing left
Can you, hear me, go fast
Send out a warning

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