sexta-feira, 25 de abril de 2008

Moonlight


Essa era a lua que se via no céu do Rio ontem, depois de um dia de mar agitado e ondas bravas. Noite serena e gostosa no Arpoador.

Hoje amanheci com um certo nó na garganta. Já se desfez. Angústia de sonhos estranhos, mas como tudo, já passou.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Fevereiro e março...



O Rio amanheceu com um azul lindo e convidativo. Feriado na cidade. Dia de São Jorge. Todo mundo foi pra praia. Pista fechada, surfistas, criançada, ciclistas, gente correndo, andando, bebendo cerveja, gente namorando, sorrindo, dançando, vislumbrando as paisagens. Tudo lindo.

Não pude deixar de ir namorar o Arpoador e me encantar com aquele pôr do sol deslumbrante. Essa cidade é mesmo fascinante. Tem dias que ela me arrebata e eu me sinto seduzida.


E toda essa lindeza - e mais algumas - a me inundar a alma.

Dia de sorrisos!

terça-feira, 22 de abril de 2008

São Paulo / Rio de Janeiro



Amanheci em São Paulo, depois de uma noite de sono bom. Acordo muitas vezes durante a noite. Mas durmo e sonho. E me faz um bem louco. Talvez porque sejam os deliciosos momentos em que se desliga de tudo. Gosto disso.

Logo cedo, aeroporto. Algumas pessoas passam apressadas. Outras se arrastam. A maioria séria. Algumas conversas altas. Gente comendo, gente tomando café. E eu ali, observando tudo e já mareando com o efeito do meu Frontal querido.

Um vôo cheio de balanço me trouxe de volta pra casa. C. fez um almoço gostoso e frugal pra gente. Me senti em Paris ( já já!! ). Baguete, camembert, uvas, salada e vinho branco. Nada mal.

Saudade do meu titiquinho. Tão lindo, tão lindo.

E enquanto chove lá fora, sinto que aqui dentro tomei a decisão certa. Pelo menos, por agora. Estou bem e serena. E sem nenhum apego pelo que deixei. Não hoje.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

São Paulo



Sozinha na janela do quarto, vislumbro a paisagem que foi minha nos últimos 4 anos. Me lembro com tristeza e saudade... Hoje o dia tá dolorido...

Passeei com Bernardo antes dele ir de novo pra estrada. De novo pra longe. De novo saudade. Ele chorou na hora em que o coloquei no carro e o beijei. Coração desfacelado esse meu. Ouço as pessoas me dizendo coisas bacanas sobre mim, mas não me sinto feliz. Que merda! Não me sinto feliz com nada e isso é terrível. E dói. E eu passarei o dia e a noite trancada aqui nesse apartamento pela última vez. Sozinha, com minhas memórias.

Hoje é dia de chorar.

domingo, 20 de abril de 2008

E a leve impressão de que já vou tarde



Dia 1 do corte, da quebra, da porta fechada e trancada, do nó desfeito. Sem lágrima, sem sorriso, alguma dor, e alguma razão. Não será fácil, eu sei. Talvez algumas crises de abstinência, talvez eu me surpreenda comigo mesma e não as tenha. Porque agora eu quero, o que difere de qualquer tentativa anterior. Agora eu quero. Agora não me faz mais sentido. Agora eu perdi o olhar que me fazia ver tanta lindeza. Agora eu deixei de admirar, deixei de me encantar, deixei. Agora eu deixei pra trás. Nós desfeitos. Nós, desfeito. Fim.

Dormir, morrer, talvez sonhar...



Um dia triste e frio. Distante, como será daqui pra frente. Olho pro que foi minha vida. Sinto tudo e nada ao mesmo tempo. Vontade de chorar algumas horas. Nenhuma vontade de sorrir. E a certeza de que mais do que nunca, quero seguir na direção contrária. Morri. Morri de intensidade. Morri de amor. Morri de incompreensão.
Morri de tristeza. Uma morte ingrata, que me deixa covardemente ainda aqui, assistindo com pena e desprezo ao que sou. Me desprezo por sentir tanto. Me desprezo por sofrer tanto. Me desprezo por ainda doer pelo que nunca foi de verdade. Esquecerei aos poucos, mas definitivamente. Até que não haja mais nada. Até que eu fique oca.

Desfocada!



Pelas ruas de Ipanema caminho rápido. Um aperto no peito de que alguma coisa não vai bem comigo. Talvez seja um certo medinho do vôo que me levará a São Paulo mais tarde. Talvez não. Talvez seja só a angústia de saber que é a última vez. No aeroporto, algumas horas depois, a mesma sensação. Taquicardia. Tomo um Frontal pra ver se me acalmo. Uma tentativa de anestesiar os pensamentos. Inútil.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Gris



Ainda eu e a cidade. Ainda os nossos tons. O Rio acorda com um azul vibrante. Eu, um pouco menos. Aos poucos, a neblina vai tomando conta do céu. Tudo gris. Tomo um gole de café enquanto namoro essa cidade. Linda de todos os jeitos.

No meio da tarde, um papo com minha Pussy querida. Buenos Aires é logo ali e tão longe. Ela me diz: This is the way that we love, like it's forever. Then live the rest of our lives, but not together. Sorrio. Doído isso. Real.

Uma certa dor de cabeça. Escureceu de repente. Acendo a luz. 15:30 e lá fora tudo embaçado. Aqui dentro também.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Contra a corrente


Hoje a cidade amanheceu colorida. E eu, cinza. O dia foi passando e os seus tons se transformando, levando as cores brilhantes e tímidas e trazendo de volta o monocromático de ontem. Ironicamente, eu também mudei meu tom. Mais leve. Me sinto contra a corrente, ou talvez sejam os meus passos na direção contrária. Às vezes é preciso seguir sem olhar pra trás. Às vezes...

My Blueberry Nights


O Rio amanheceu cinza. Tão cinza que do mirante do Leblon não se via Ipanema, não se viam as Ilhas Cagárras. Céu e mar no mesmo tom. Prata. Cinza. Gris. Uma cidade sem cor, colorida numa tela de cinema. Já no trailer, "How often do you find the right person? ... ONCE". Logo depois, Natalie Portman e Scarlett Johansson juntas em A Outra. Não precisa dizer muito mais, né?! Eis que então as cores quentes e belas transformam meu dia. My Blueberrry Nights. Um desses filmes que marcam. Uma sensação íntima com cada personagem, com cada estória. Rachel Weisz me surpreendeu. Nunca a admirei, a achava uma boa atriz e c'est tout. Mas na pele de Sue Lynne, a mulher dá um show. E todas aquelas nossas certezas ficam tão incertas diante do que é fatal. E morremos. Vivas. Natalie Portman sempre sempre sempre incrível. E linda. E a cada personagem, mais ela nos convence parecer ser feito pra ela. E só pra ela. Ninguém a faria melhor. Norah Jones estréia como atriz. E banca. Com propriedade. Tenho aprendido aos poucos a gostar do Jude Law. E o Jeremy contribuiu ainda mais pra isso. Na medida certa. Com toda ternura. Até Cat Power dá o ar da graça como Katya. Bonita. David Strathairn nos presenteia com um Arnie sofrido, que luta, a seu modo, mas deixa de apostar suas fichas quando a porta se fecha. Muitas portas. Todas se fecham e abrem outras paisagens. E talvez seja exatamente isso. Fechar portas, seguir caminhos diferentes, se descobrir e voltar para abrir outras novas. A trilha sonora completou meu encantamento. E hoje, sinto que durmo transformada. Por pessoas e por suas singelas e intensas emoções.

...


Acho que a implicância com o Jude Law é porque talvez o achasse bonitinho, mas ordinário. Um cara que trai a Sienna Miller é no mínimo ordinário. Não?

Hã?!

domingo, 6 de abril de 2008

Accept the good


Here I feel
I wish I could just see it
The love, the hate, the things that separate
Forcing conscious to conscious
Confrontation complication
I'm calm, baby, yeah, now I'm calm
You know, love is all I need

terça-feira, 1 de abril de 2008

Condemned...


E então é isso. Mesmo que eu lute, que eu tente, que eu me segure, que eu rejeite, que eu force a barra, que eu fantasie, que eu me iluda, eu preciso abrir mão e deixar que siga, que se vá. Preciso conseguir. Preciso sobreviver a isso, e ainda que pareça pesado ou soe forte demais, é assim que eu me sinto. Condenada a um sentimento que talvez tenha sido - e seja - maior do que eu, transbordante, único, dilacerante.

Ontem passei a tarde assistindo a um filme e pensando e chorando e sorrindo e sofrendo e querendo mais da vida. "Evening". Uma história densa, uma vida inteira ali naquela tela, contando a história de uma mulher que viveu sua vida, com suas escolhas, espontâneas ou não, mas que no final, já entregue a uma doença, relembra tudo com saudade do amor da sua vida - com quem ela nunca viveu em razão dos descaminhos a que estamos todos sujeitos. Triste. Feliz. Feliz ela ter tido momentos com esse amor, ter podido sentir. Triste relembrar com a nostalgia do que não foi vivido, ou melhor, do que poderia ter sido e não foi.

Mas c'est la vie e a história sempre é mais bonita nos filmes do que na vida real. Aqui é dolorido e muitas vezes incompreensível. E acho que tem gente que lida melhor com todas essas questões emocionais. Quem consegue domar esse tambor que teima dentro do peito, quem consegue racionalizar e entender que as coisas se transformam, tendem a ter mais sucesso. Eu não sou dessa turma, infelizmente. E não bastasse ser loucamente passional, ainda sou dada a catarses. Não é poético. Só é sofrido.