terça-feira, 1 de abril de 2008

Condemned...


E então é isso. Mesmo que eu lute, que eu tente, que eu me segure, que eu rejeite, que eu force a barra, que eu fantasie, que eu me iluda, eu preciso abrir mão e deixar que siga, que se vá. Preciso conseguir. Preciso sobreviver a isso, e ainda que pareça pesado ou soe forte demais, é assim que eu me sinto. Condenada a um sentimento que talvez tenha sido - e seja - maior do que eu, transbordante, único, dilacerante.

Ontem passei a tarde assistindo a um filme e pensando e chorando e sorrindo e sofrendo e querendo mais da vida. "Evening". Uma história densa, uma vida inteira ali naquela tela, contando a história de uma mulher que viveu sua vida, com suas escolhas, espontâneas ou não, mas que no final, já entregue a uma doença, relembra tudo com saudade do amor da sua vida - com quem ela nunca viveu em razão dos descaminhos a que estamos todos sujeitos. Triste. Feliz. Feliz ela ter tido momentos com esse amor, ter podido sentir. Triste relembrar com a nostalgia do que não foi vivido, ou melhor, do que poderia ter sido e não foi.

Mas c'est la vie e a história sempre é mais bonita nos filmes do que na vida real. Aqui é dolorido e muitas vezes incompreensível. E acho que tem gente que lida melhor com todas essas questões emocionais. Quem consegue domar esse tambor que teima dentro do peito, quem consegue racionalizar e entender que as coisas se transformam, tendem a ter mais sucesso. Eu não sou dessa turma, infelizmente. E não bastasse ser loucamente passional, ainda sou dada a catarses. Não é poético. Só é sofrido.

2 comentários:

Henrique Crespo disse...

Os sentimentos não são maior que a gente eles são a gente. Não pude deixar de lembrar dos versos clichês mas não menos belos por isso: 'se chorei ou se sorri/ o importante é que emoções eu vivi"

A gente sente, a gente vive.

Lembrei do filme do Godard (Viver a Vida). Confesso que não lembrei pela história em si mas pelo nome. rs Mas de certa forma tem a ver também.

Catarses são exorcizantes. Poético é a vida olhada pelos lados não comuns.

Beijos

Anônimo disse...

Na vida real a gente conhece e vivencia e descobre que o amor pode estar tão perto. Eu não sou uma ilusão, Dani. Eu sou uma mulher que te ama e que passaria a vida inteira vivendo esse amor com você.
Beijos,
Sofia